O fim da revista íntima, o inicio do caos !

Parabéns ao deputado Marcelo Freixo e a todos que foram a favor do fim da revista intima. Agora "nossos queridos" detentos poderão se drogar mais facilmente. Sem contar que, agora poderão ostentar suas armas dentro das cadeias com mais facilidade.

O Estado não pode violar a dignidade das pessoas e nem estender a pena aos familiares dos detentos. Vale lembrar que a revista vexatória já é proibida nos presídios federais e em São Paulo, estado que tem a maior população carcerária do Brasil. Temos de lembrar que a família dos presos também é afetada com o encarceramento, e as principais vítimas são as mulheres: mães, filhas, companheiras etc. São mulheres de todas as idades, que são obrigadas a passar por uma revista humilhante, ilegal e vexatória. A família é fundamental para a ressocialização do preso e muitas vezes esse elo é quebrado porque as pessoas não querem se submeter a esse processo degradante.

A revista mecânica, com raio-x, detectores de metais e outros instrumentos tecnológicos, já é aplicada em aeroportos, agências bancárias e consulados. Por que a violação da dignidade ainda é mantida no Sistema Prisional? Nosso projeto pretende dar um fim a esta realidade e esperamos que o Governo de Estado do Rio de Janeiro tenha a sensibilidade e sancione a lei.

 

Um bom argumento, porém não podemos comparar aeroportos, agências bancárias e consulados com presídios, onde existem pessoas condenadas por diversos crimes, que na maioria dos casos, continuam com o desejo de permanecer na vida do crime . Em parte, podemos dizer que a segurança deve ser as mesmas e quase pelos mesmos motivos.

Vejamos:

Aeroporto: São bem estruturados e contam com os melhores e mais modernos aparelhos para detecção de armas e drogas. Para uma pessoa entrar armada em um aeroporto, a única e possível intenção seria sequestrar um avião ou algo parecido, algo que não costuma ocorrer no Brasil. Já a entrada de drogas, pode até ocorrer, mas por serem bem equipados, os agentes conseguem identificar e apreender este material.

Consulados: Também são amparados  pelos mais modernos equipamentos de segurança, sem contar que, dificilmente alguma pessoa mal intencionada decide entrar em um consulado armada ou em posse de drogas.

Agencias Bancarias:  Para adentrar em uma agencia, todos devem obrigatoriamente passar pela porta giratória,  que detecta metais. Porem, neste caso, objetos cortantes de plásticos podem entrar livremente, já que a porta só detecta metais e não existe nenhum tipo de revista manual. Mas dificilmente alguém vai entrar em uma agencia com algum instrumento de plástico cortante e praticar um crime.

Presídios: Na maioria dos casos estão largados sem manutenções adequadas. Contam com pouquíssimos equipamentos detectores de metais e drogas. Os presídios não são equipados com a quantidade suficiente desses instrumentos tecnológicos, deixando como única e mais segura opção, a revista intima. Todos sabemos que frequentemente, pessoas tentam levar celulares, drogas e armas para os presídios.

Sem generalizar, muitos vão aos presídios com a  intenção de entrar com drogas e/ou armas e na maioria das vezes são pagas para fazer isto. Imagine a situação: Centenas de visitantes em um presidio com pouquíssimos recursos eletrônicos para fazer uma revista segura, muitos não chegam a passar por detectores, já que a pouquíssimos para o uso. Com isso, muitos visitantes acabam entrando com armas, drogas e celulares. Você pode achar que a falta destes equipamentos são casos isolados, mas fique sabendo que isso ocorre em diversos presídios no Rio de Janeiro. 

A alguns dias, **Antes do fim da revista intima** uma visitante foi flagrada com drogas escondida em seu sutiã. A mulher foi levada até a delegacia e apresentada ao delegado de plantão. Ao saber que a mulher detida com a droga passou pela revista intima, o mesmo repudiou a ação dos agentes penitenciários, já que antes mesmo da lei ser validada, a administração penitencia já havia suspendido este tipo de revista.

A revista intima pode ser humilhante para mulher, mas não podemos fazer vista grossa para o perigo gerado aos agentes prisionais. A lei mudou, mas os investimentos que deveriam ser feitos parece não estar nos planos de quem apoiou o fim da revista "vexatória".

** Que a revista intima acabe, mas que antes sejam feitos investimentos adequados !